• Redação - 20/06/2024 10:29 || Atualizado: 20/06/2024 10:32

Por @HielbertFerreira.adv

As pesquisas eleitorais desempenham um papel crucial nas eleições, moldando a percepção do eleitorado e influenciando o comportamento dos votantes. Elas fornecem insights sobre a preferência dos eleitores, indicando tendências e possíveis vencedores, e são ferramentas valiosas para candidatos, partidos políticos e estrategistas, permitindo ajustes de campanha e tomada de decisões informadas.

A influência das pesquisas no comportamento do eleitorado é notável. Quando um candidato é percebido como favorito nas pesquisas, os eleitores podem aderir à “onda vencedora”, aumentando suas chances de vitória, um fenômeno conhecido como efeito bandwagon. Por outro lado, quando um candidato está atrás nas pesquisas, ele pode mobilizar seus apoiadores com base na ideia de superar as expectativas, conhecido como efeito underdog. Além disso, as pesquisas podem levar os eleitores a ajustarem seu voto de forma estratégica, escolhendo candidatos mais viáveis em vez de seus preferidos ideologicamente.

No Brasil, a regulamentação das pesquisas eleitorais é um tema frequentemente debatido nos tribunais. A legislação eleitoral estabelece regras rigorosas para a divulgação de pesquisas, como a obrigatoriedade de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o ano em que as eleições ocorrerão e a proibição de publicação nos três dias anteriores à eleição. Os tribunais também analisam a metodologia das pesquisas, buscando garantir sua confiabilidade e transparência, debatendo questões como amostragem, margem de erro e representatividade.

Um desafio significativo é o uso indevido de pesquisas falsas ou manipuladas, as chamadas fake polls. Os tribunais buscam coibir práticas enganosas que possam influenciar o eleitorado. Recentemente, em Teresina-PI, um determinado instituto registrou uma pesquisa na justiça eleitoral com o nome do Secretário de Segurança do Estado, que é filiado ao PT-PI, no questionário estimulado. Segundo a justiça eleitoral, isso foi feito com o intuito de confundir os teresinenses, pois o partido já tinha definido o Deputado Estadual Fábio Novo como pré-candidato à Prefeitura de Teresina, o que poderia dividir os votos da legenda entre os dois nomes do mesmo partido. Além disso, quando a pesquisa foi registrada, a legislação não permitiria a candidatura do Secretário de Segurança do Estado, pois ele não havia se desvinculado do cargo no momento certo. Graças a um pedido do próprio Partido dos Trabalhadores, a pesquisa foi impugnada e sua divulgação proibida pela justiça eleitoral.

Com o avanço tecnológico e a disseminação de informações, os tribunais enfrentam o desafio de manter a regulamentação atualizada e eficaz. A transparência, a fiscalização rigorosa e a educação do eleitorado são essenciais para garantir que as pesquisas cumpram seu papel democrático. Em 2024, à medida que as eleições se aproximam, a atenção aos detalhes e a análise crítica das pesquisas serão fundamentais para uma escolha consciente e informada dos eleitores brasileiros.

Hielbert Ferreira - Advogado Eleitoral