Redação - 21/05/2024 10:09 || Atualizado: 21/05/2024 17:52
A experiência do Piauí no combate à fome e à pobreza e a evolução do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado foram alvos de discussão, nesta segunda-feira (20), durante a programação do G20 Social, que acontece no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiepi), em Teresina. No seminário "Na rota para o G20: a experiência recente do Piauí no combate à fome e à pobreza", o pesquisador e consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Antônio Claret, apresentou a pesquisa inédita do Pnud sobre o processo de desenvolvimento enfrentado pelo Piauí desde 2000 até os dias atuais.
Em sua pesquisa, o consultor destacou o crescimento do IDH do Piauí. Nas duas primeiras décadas deste século, os níveis de desenvolvimento humano do Brasil e do Piauí cresceram de forma constante. No Brasil, o IDH saltou de 0,610 para 0,780. No Piauí, o crescimento foi de 0,480 para 0,710. Com isso, o estado saiu de IDH muito baixo para uma situação de IDH alto (o maior patamar). É importante frisar que o IDH apresenta valores entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior a qualidade de vida em uma sociedade.
O IDH leva em conta três componentes básicos do desenvolvimento humano: padrão de vida (renda/economia), educação e saúde. Em sua apresentação, o consultor do Pnud detalhou os avanços do Piauí nas três áreas. "O progresso observado pode ser atribuído a uma combinação de fatores que incluem investimentos em educação, programas de combate à pobreza, infraestrutura melhorada, políticas de saúde pública mais eficazes e foco no desenvolvimento sustentável", disse Antônio Claret.
Padrão de vida: PIB do estado e renda média dos piauienses têm salto significativo
No primeiro componente, que leva em conta a economia e o padrão de vida no estado, o pesquisador apontou que, entre os anos de 2002 e 2021, a economia do Piauí registrou crescimento acumulado real. O PIB a preços correntes aumentou de R$ 7,1 bilhões em 2002 para R$ 64 bilhões em 2021. No mesmo período, a contribuição do Piauí para o PIB brasileiro subiu cerca de 54%.
O forte crescimento da economia piauiense, com ampliação da participação do estado no produto nacional, pode ser observado também na perspectiva do PIB per capita. Em 2002, a renda média piauiense representava 28,9% da nacional. Em 2020, chegou a 47,8%. No ano de 2021, devido à crise econômica decorrente da pandemia, foi registrado um pequeno recuo (46,1%).
O crescimento econômico proporcionou, também, uma redução acentuada da pobreza monetária no estado. De 2000 a 2013, a proporção da população em situação de pobreza caiu de 57,2% para 19,1% e o percentual da população em situação de pobreza extrema caiu de 32,5% para 6,4%. Na combinação dos dois indicadores, a redução foi de cerca de 70%. Nos anos seguintes, durante o período de crises e pandemia, a taxa de pobreza se estabilizou, flutuando em patamares inferiores a 35% entre 2014 e 2021.