• Redação - 05/09/2023 10:06 || Atualizado: 05/09/2023 10:06

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí, por meio da Superintendência de Operações Integradas - SOI, e Diretorias de Inteligência da SSP-PI e PC-PI, deflagrou nas primeiras horas desta terça-feira (5) a “Operação Prodígio”. A ação deu cumprimento a 25 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão temporária nas cidades de Teresina, Floriano, Amarante e Nazaré do Piauí.

A investigação policial, que durou mais de um ano, descortinou um esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a uma instituição financeira. Desse valor, R$ 6 milhões são relacionados a fraudes praticadas em contas bancárias de agências localizadas no Piauí.

A fraude consistia em cooptar pessoas para abrir contas bancárias com dados falsos (como profissão, renda, etc.) que levassem o banco a aumentar o limite de crédito desse cliente. Uma vez aberta a conta, a associação criminosa simulava uma série de transações bancárias para “esquentar” a conta, de forma que o banco entendesse que aquela renda declarada era legítima. 

Quando o grupo criminoso acreditava ter atingido o máximo de limite de crédito possível, “tombava” o banco, não realizando mais qualquer pagamento.

Para levantar o dinheiro das contas da instituição financeira, o núcleo financeiro da associação criminosa se valia de empresas fantasmas e meios de pagamento diversos (cartão de crédito, boleto bancário) que envolvem múltiplas empresas do sistema financeiro. Tudo para dificultar a ação de investigação policial. 

“O nome da operação ‘Prodígio’ faz referência ao fato de que alguns dos investigados, bastante jovens, com idade entre 19 e 21 anos, se apresentavam ao banco como médicos, até mesmo já com residência médica concluída. Algo bastante improvável. Outros apresentavam-se como engenheiros, com a mesma idade”, informou ao Diretor de Inteligência da SSP-PI, Anchiêta Nery. 

Todo o trabalho iniciou após notícia de crime apresentada pela Diretoria de Segurança do banco, que detectou a fraude e acionou a Polícia Civil do Piauí. Ao final do Inquérito Policial a PCPI compartilhará provas com outros Estado e novas prisões podem ocorrer.

O delegado acrescentou que a operação levou mais de um ano de investigação e que a organização criminosa era composta por três grupos. Os líderes, que trouxeram o esquema criminoso para o Piauí, os braços financeiros que operavam a movimentação do dinheiro e os clientes, pessoas que eram cooptadas pela organização para se apresentar ao banco.

"Essa é uma investigação de relevância nacional que durou mais de um ano. Um banco identificou um tipo de fraude que era feita pelos seus aplicativos e isso levou a um prejuízo de R$ 19 milhões, sendo R$ 6 milhões só em contas abertas em agências no Piauí. A diretoria de inteligência do banco detectou o problema, procurou a polícia civil do Piauí e nós levamos um ano nessa investigação, realizou diligências no interior do estado, algumas diligências fora do país com cooperação da polícia internacional e hoje estamos deflagrando a primeira fase, prendendo 30 integrantes dessa associação criminosa. Essa associação é formada por três grupos: os líderes, que trouxeram esse esquema criminoso para o Piau, braços financeiros que também operavam a movimentação desse dinheiro, uma vez que o banco era tombado e o grupo dos chamados clientes, pessoas que eram cooptadas pela organização para se apresentar ao banco, abrir uma conta bancária com dados falsos, então a gente tinha menia de 19 anos se apresentando como médica obstetra, tinha menino de 18 anos se apresentando como engenheiro formado e isso conseguiu passar a segurança do banco e o banco acabou oferecendo crédito a essas pessoas que já estavam na intenção de cometer a fraude", disse Anchiêta.