Redação - 24/04/2025 12:50 || Atualizado: 24/04/2025 12:54
A Polícia Federal pediu a manutenção da prisão preventiva da vereadora Tatiana Medeiros, indiciada por uma série de crimes, incluindo organização criminosa, compra de votos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato-desvio (rachadinha). A vereadora está presa desde o dia 3 de abril, quando a PF deflagrou uma operação que também cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis ligados à parlamentar.
A PF confirmou que continua interessada na manutenção da prisão de Tatiana, que segue detida no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Piauí (QCG-PI). O caso segue sob avaliação do Poder Judiciário, responsável por decidir sobre a permanência ou não da prisão.
Desde sua detenção, a vereadora tem tentado recorrer à Justiça para responder ao processo em liberdade. No entanto, no dia 10 de abril, o juiz Luís Henrique Moreira Rêgo, do 1º Juízo das Garantias do Núcleo I, indeferiu o pedido de revogação da prisão. Em seguida, no dia 13 de abril, o Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) rejeitou, por cinco votos a dois, um habeas corpus impetrado pela defesa da parlamentar.
A investigação, conduzida pelo delegado Daniel Alves, resultou no indiciamento da vereadora, de seu namorado, Alandilson Cardoso (preso em Minas Gerais), e do padrasto da parlamentar, Stênio Ferreira Santos. Segundo a PF, Stênio atuava como operador financeiro do esquema, sendo responsável por intermediar pagamentos ilícitos por meio do Instituto Vamos Juntos, fundado por Tatiana.
Durante as buscas na sede da ONG, os agentes encontraram documentos com listas de eleitores, além de um relatório intitulado “Relatório Votos Válidos”, com registros de pagamentos via Pix a lideranças e eleitores. Também foram recuperados dados de aparelhos eletrônicos da vereadora, previamente danificados.
A PF aponta ainda que a compra de votos girava em torno de R$ 100 por eleitor, com transferências bancárias realizadas diretamente por Pix. Em um áudio interceptado, o namorado de Tatiana afirma ter investido R$ 1 milhão na campanha e sugere que “a facção criminosa tem uma representante na Câmara Municipal de Teresina”.
A Justiça já determinou a suspensão das atividades da ONG “Vamos Juntos” e o afastamento de Tatiana Medeiros de suas funções públicas. As investigações continuam em andamento, podendo haver novos desdobramentos.